"E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará." (2 Coríntios 9:6)
Este é um assunto totalmente distorcido nos templos modernos, principalmente pelos pregadores da famigerada prosperidade, porque utilizam partes de versículos para induzir ou até mesmo obrigar as pessoas a participarem de suas campanhas e de ofertarem, apesar de que não podem ser consideradas ofertas, uma vez que é uma exigência deles para que as pessoas supostamente sejam abençoadas. Devemos entender bem esse assunto à luz da Bíblia: primeiramente, temos que saber que o dízimo, que é a décima parte do que vem às nossas mãos, pertence ao Senhor, e devemos devolver para Ele através do nosso líder espiritual, nosso sacerdote, que o utilizará nas despesas do ministério, na manutenção da igreja, na ajuda e socorro aos necessitados da congregação, e em sua própria sobrevivência. Portanto, dízimo é mandamento, é obrigação, e todos nós devemos devolver os dez por cento, inclusive, e principalmente, os líderes e pastores. Mas a oferta ou contribuição é espontânea e não podem ser cobrados ou exigidos valores, também não pode ser utilizada como barganha. Quando ofertamos, essa oferta tem que sair do nosso coração, e o valor tem que ser o que desejamos e não o que pastores ou líderes exijam. Não é por alguém ofertar um determinado valor que isso obrigará Deus a abençoar ou multiplicar valores, isso são invencionices de pastores. E as ofertas devem ser usadas quando há pessoas necessitando, ou por um outro motivo específico; a função sempre é ajudar, socorrer alguém de alguma forma. "Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria." (2 Coríntios 9:7). Mas quando for ofertar, doar algum valor, devemos fazer por querer ajudar, socorrer, contribuir com alguém ou alguma melhora de determinada situação, mas jamais pensar em doar, ofertar para receber em dobro ou de volta. Se estivermos pensando em ofertar com a finalidade de receber, então não é oferta, e Deus conhece a intenção do nosso coração. Mas todos, quando se dispõem a ajudar, a socorrer, a participar de socorro a pessoas que estão passando por privações, com certeza receberão o socorro do Senhor quando necessitarem. Os templos, os pastores só devem falar de ofertas, de pedir contribuições quando existir um motivo real, quando for para uma determinada causa, principalmente humanitária, porque sabemos que o que mantém o templo é o dízimo, portanto, não é a oferta. Assim, as ofertas têm que ser usadas em prol dos que necessitam e não pela igreja a seu bel-prazer.
"E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra; Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre." (2 Coríntios 9:8-9). Devemos saber que não precisamos tentar negociar com Deus, ou seja, ofertar, dar um valor no templo esperando receber outro maior, ou esperar esta ou aquela bênção, porque só essa ação já invalida a resposta do Senhor. Temos que ofertar, ajudar não só nos templos, mas em toda parte onde houver pessoas que necessitem de auxílio. Devemos ajudar sem esperar nada em troca, mas sabendo que somos filhos de Deus e estamos fazendo o que Ele manda. Sabemos que Ele cuida de todos os seus filhos, logo, também seremos cuidados quando necessitarmos. Só o fato de termos algo para ajudar, socorrer, já mostra o cuidado de Deus para conosco, porque já nos deu para que possamos dar também. Não digo que não devemos ofertar, contribuir nos templos, mas, quando o fizermos, devemos saber exatamente para que estamos fazendo, porque não podemos jamais fazer alguma coisa esperando receber bênçãos em troca. Temos que olhar para os nossos irmãos que passam por necessidades e estão junto a nós nos templos; temos a obrigação de ajudá-los, de socorrê-los, de fazer o que os pastores, os líderes não estão fazendo, porque eles se especializaram em ficar pedindo dinheiro, extorquindo, exigindo, fazendo campanhas, prometendo o que Deus não prometeu, e dentro do próprio templo há pessoas passando por grandes provações. Devemos contribuir, ofertar nos templos, na rua, em casa, nas comunidades, ou seja, onde houver alguém precisando, pois, quando estamos ajudando o necessitado, estamos socorrendo alguém que é a imagem e semelhança de Deus. "Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça; Para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se deem graças a Deus." (2 Coríntios 9:10-11). Deus nos dá o suficiente para nos mantermos e ainda ajudar e socorrer a quem necessita. Todos nós temos condições de ajudar, socorrer alguém; temos condições de ofertar em prol de determinada causa humanística, porque o Senhor tem nos sustentado, e quanto mais bom uso fizermos do que Ele nos dá, mais Ele nos dará. Portanto, sabemos que recebemos os cuidados do Senhor, mas também devemos deixar bem claro que o Senhor não tem compromisso de enriquecer ninguém, e sim de nos manter, de nos sustentar. O nosso pão jamais faltará se formos justos e misericordiosos. Não o que o queremos, ou desejamos, mas sim o que o Senhor determina. Não existe barganha, oferta, não é moeda de troca com Deus, é nossa obrigação ofertar, contribuir, socorrer os necessitados. "Porque a administração deste serviço, não só supre as necessidades dos santos, mas também é abundante em muitas graças, que se dão a Deus. Visto como, na prova desta administração, glorificam a Deus pela submissão, que confessais quanto ao Evangelho de Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para com eles, e para com todos; E pela sua oração por vós, tendo de vós saudades, por causa da excelente graça de Deus que em vós há. Graças a Deus, pois, pelo seu dom inefável." (2 Coríntios 9:12-15).
Leiam e pratiquem a Bíblia. Que Deus os abençoe.
Um abraço,
Pr. Henrique Lino
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