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Oração

 


“E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer, Dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava o homem.” (Lucas 18:1-2)
 
         Jesus gostava sempre de ilustrar os seus ensinamentos com algumas parábolas, e na Bíblia encontramos várias, pois são vários os ensinamentos de Jesus as utilizando. Temos de entender que uma parábola não é um fato real, não é uma história ou fato que tenha acontecido, mas simplesmente uma história que possa trazer melhor entendimento às pessoas, para facilitar a compreensão. “Quanto à sua definição exata, a parábola pode ser uma narração alegórica na qual o conjunto de elementos evoca outra realidade de ordem superior ou uma espécie de alegoria apresentada sob forma de uma narração, relatando fatos naturais ou acontecimentos possíveis, sempre com o objetivo de declarar ou ilustrar uma ou várias verdades. Parábola é uma narrativa curta que, mediante o emprego de linguagem figurada, transmite um conteúdo moral, sendo por isso erroneamente confundida com a fábula. Difere do apólogo, por ser protagonizada por seres humanos. Eram muito comuns entre os hebreus, e seu principal contador de parábolas foi Jesus Cristo, que possui várias parábolas registradas no Novo Testamento. Trata-se, pois, de uma narrativa alegórica, que, por meio de ação ou analogia, transmite preceito moral ou religioso – a exemplo das parábolas encontradas nos Evangelhos.” Portanto, não podemos de maneira nenhuma tomar como verdadeira, como fato acontecido uma parábola. Nessa parábola, Jesus cita um juiz que não temia e nem respeitava pessoa alguma e nem mesmo Deus, era um homem destemido. “Havia também, naquela mesma cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário.” (*Lucas 18:3). Na mesma cidade em que vivia esse juiz, havia uma senhora viúva que tinha alguma causa na justiça, e, portanto, se dirigia a esse juiz constantemente pedindo a ele que julgasse favorável a sua causa. E isto ela fazia de maneira insistente, constantemente ela se dirigia ao escritório ou local onde ficava esse juiz clamando para que ele decidisse em seu favor a questão que ela estava pleiteando. Não sabemos a natureza desse processo, ou dessa causa, mas sabemos que era contra alguém, e ela queria a resposta favorável, quem sabe fosse alguma indenização por algo, mas isto é simplesmente especulação, uma vez que nada sabemos e nada podemos acrescentar à Palavra de Deus.
                  “E por algum tempo não quis atendê-la; mas depois disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, Todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte, e me importune muito.” (Lucas 18:4-5). Essa parábola é semelhante à parábola de Lucas 11.5, em que um homem recebe um viajante e, não tendo o que servir, incomoda um amigo, um vizinho para que lhe empreste três pães, e acaba conseguindo vencendo-o pelo cansaço. As pessoas imaginam que isso é um motivo para ficarem orando dia e noite a Deus, insistindo para que Ele atenda a seus pedidos. Temos que compreender que o nosso Deus é um Pai amoroso, que sempre está disposto a atender aos pedidos dos seus filhos quando são feitos de acordo com a sua Palavra. O juiz dessa parábola faz questão de afirmar que, apesar de não temer a Deus, ele atenderá essa viúva somente para ficar livre dela, para ficar livre da incomodação, e não pretende atendê-la por amor, mas para ficar livre. Temos que observar que temos um Deus que é Amor, que deseja que estejamos ao seu lado, portanto, não quer livrar de nós, assim, não podemos colocar essa parábola para que tenhamos que viver dia e noite orando e pedindo algo ao Senhor. “E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a Ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?” (Lucas 18:6-7). As pessoas teimam em fazer crer que Jesus está se referindo, dando exemplo às pessoas para que orem a todo o tempo. Basta observarmos como esse juiz é chamado, porque sabemos que o nosso Deus, o nosso Pai, é um Juiz Justo, e esse juiz é um injusto. Muitas vezes queremos simplesmente atender à vontade da nossa carne, para nosso entendimento, e não queremos conhecer a verdade, porque ela vai contra o que achamos que é correto. Assim, as pessoas preferem achar que devem orar sempre, mas, ao mesmo tempo, esquecem que Jesus disse para não fazerem vãs repetições. Quando ficamos sempre pedindo a mesma coisa, estamos fazendo repetições, e isto é errado. Portanto, temos que compreender que o nosso Deus, por ser um Juiz Justo e um Pai amoroso, devemos nos dirigir a Ele com respeito e apresentar nossos pedidos. Depois devemos simplesmente aguardar, e neste ínterim, sempre e a todo o tempo, procurar fazer a sua vontade, viver de acordo com a sua Palavra. Não devemos e nem podemos ficar fazendo vãs repetições. “Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” (Lucas 18:8).
Leiam e pratiquem a Bíblia. Que Deus os abençoe.
Um abraço,
Pr. Henrique Lino


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