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Carta de divórcio

 


“E, levantando-se dali, foi para os termos da Judéia, além do Jordão, e a multidão se reuniu em torno Dele; e tornou a ensiná-los, como tinha por costume.” (Marcos 10:1)
 
          Jesus tinha ensinado que deveremos ser o sal da terra, que temos que fazer a diferença, que temos que ser luzes e não concordar com o mundo e com o pecado. Depois disso, Ele vai para a Judeia e, como sempre, várias pessoas estavam ao seu redor. Frequentemente, procuro explicar que essas pessoas que o seguiam nem sempre tinham boas intenções, nem sempre estavam ali para ouvir o Evangelho e aprender. Claro que havia muitos que queriam aprender com Ele, beber diretamente da Fonte, mas existiam os que estavam ali simplesmente para investigar, para armar ciladas, para o pegar em alguma contradição, e esses geralmente estavam a mando dos fariseus, dos religiosos da época. Também havia os que estavam ali somente em busca de um milagre, de uma bênção qualquer, queriam somente receber, assim como muitos dos que lotam os templos denominacionais atuais. Algumas pessoas queriam simplesmente se alimentar, receber mais comida, esperando-o multiplicar mais pães e peixes. Claro que uma grande quantidade de pessoas queria levantá-lo como rei físico de Israel. Mas Jesus procurava sempre ensinar o Evangelho, mostrar qual era a vontade de Deus Pai para todos, e ensinava como as pessoas poderiam, deveriam fazer para realmente serem filhas e filhos de Deus. “E, aproximando-se Dele os fariseus, perguntaram-lhe, tentando-o: É lícito ao homem repudiar sua mulher?” (Marcos 10:2). Vemos agora os fariseus, os religiosos irem até Ele com uma pergunta cuja intenção era fazê-lo contradizer ou falar contra a lei de Moisés, pois, se assim fosse, poderiam colocar toda a população contra Ele e matá-lo. Mas Jesus nunca falou contra a sua própria lei, pois Ele era e é Deus, e tinha pleno conhecimento da Palavra, portanto, vai responder, vai esclarecer de acordo com a Palavra. Aquele era um assunto polêmico, assim como hoje o é, porque as pessoas querem fazer as suas vontades, elas não querem obedecer à Palavra de Deus, querem um escape para poderem se divorciar e recasar quantas vezes quiserem. Ainda hoje vemos os religiosos atuais concordando, aceitando o divórcio e o segundo casamento, alegando que Deus quer que todos sejam felizes, buscam brecha através de Mateus 19 e fazem uma interpretação errônea. A maioria assim faz não por falta de entendimento, mas para agradar a si mesmo e às pessoas que amam o pecado. Mas vamos nos atentar para a explicação, a resposta de Jesus.
 “Mas Ele, respondendo, disse-lhes: Que vos mandou Moisés? E eles disseram: Moisés permitiu escrever carta de divórcio e repudiar.” (Marcos 10:3-4). Jesus responde à pergunta deles com outra pergunta, pois eles, como religiosos, sabiam o que a lei de Moisés mandava, assim eles agora é que são interrogados. Os fariseus dizem que Moisés autorizou divorciar da esposa e expulsá-la da presença deles, mas o que eles não falaram foi em quais circunstâncias e por que Moises assim falou. Portanto, Jesus traz luz sobre esse assunto. “E Jesus, respondendo, disse-lhes: Pela dureza dos vossos corações vos deixou ele escrito esse mandamento; Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea.” (Marcos 10:5-6). Jesus mostra para eles que Moisés assim falou pela dureza dos corações deles, pela dificuldade de perdoar, por não conseguirem ou tentarem perdoar sempre, como Deus mandou. Jesus então os remete ao início da criação e mostra que, quando Deus nos criou, Ele nos fez homem e mulher, fez macho e fêmea, e determinou que se unissem e jamais se separassem. Veremos que Ele explica sobre a união dos dois: marido e mulher, macho e fêmea, e os transforma em uma só pessoa, uma só carne, assim, nenhum homem, nenhuma autoridade, nada tem o poder de separar o que Deus uniu. Ninguém consegue desfazer o que Deus fez, e, quando se casam, Deus os une para sempre, até que a morte os separe. Jesus explica sobre a origem do homem e da mulher, fala da determinação de Deus, que é muito antes da lei de Moisés, portanto, Moisés não podia invalidar uma determinação do Senhor. Moisés permitiu por causa da dureza do coração, mas as pessoas que se divorciam e casam novamente são consideradas adúlteras, e os adúlteros não herdarão o Reino de Deus. “Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher, E serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.” (Marcos 10:7-9). Deus não vê uma pessoa casada de maneira individual, mas a vê junto com o seu cônjuge, portanto, não há mais a menor possibilidade de eles se divorciarem e contraírem novas núpcias, porque já são casados. Quando há o casamento, deixa de existir a individualidade e passa a ser uma pessoa unida com uma outra. Observemos que é o único caso em que Deus une duas pessoas, porque nem filho e mãe, ou pai e filho, nem irmãos gêmeos são uma só carne, apesar de um filho sair do ventre da mãe, ele não é uma só carne com ela. Jesus deixa bem claro que desde o início nunca existiu a menor possibilidade de alguém casado se divorciar e casar novamente; portanto, todos os que estão nessa situação têm que se arrepender e voltar atrás, voltar para o seu primeiro cônjuge, caso contrário, irão padecer por toda a eternidade. “E em casa tornaram os discípulos a interrogá-lo acerca disto mesmo. E ele lhes disse: Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra, adultera contra ela. E, se a mulher deixar a seu marido, e casar com outro, adultera.” (Marcos 10:10-12). 
Leiam pratiquem a Bíblia. Que Deus os abençoe.
Um abraço,
Pr. Henrique Lino 


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