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Casa do fariseu

 

“Aconteceu num sábado que, entrando Ele em casa de um dos principais dos fariseus para comer pão, eles o estavam observando.” (Lucas 14:1)
 
          Em um determinado sábado, Jesus foi convidado por um dos principais fariseus, ou seja, por um dos líderes dos fariseus. Sabemos que Jesus era um homem sociável, portanto, Ele aceitou o convite desse principal de umas das principais religiões. Naquela época dominavam entre os povos judeus somente duas religiões: os fariseus e os saduceus, uns acreditavam em ressurreição e anjos e os outros em nada disso. Jesus sabia muito bem que eles estavam sempre tentando armar ciladas para o pegar de várias maneiras, mas o principal era através de jogos de palavras, tentando ver se Ele falaria contra o governo de César (Roma) ou contra a lei de Moisés, para assim terem do que acusá-lo e, consequentemente, executá-lo. Sempre faço questão de frisar que, quando a Bíblia fala comer pão, está falando de uma refeição, tanto pode ser almoço como jantar, porque naquela época os judeus sempre usavam e ainda usam o pão nas refeições, que comiam junto com carne de cabrito, cordeiro e outros, além de molho e suco de uva, chamado vinagre. Muito bem. Jesus estava na casa desse fariseu importante, que, juntamente com os seus pares, estava observando Jesus para ver se Ele iria fazer algo que pudesse ser considerado crime ou ofensa e assim poder acusá-lo. “E eis que estava ali diante Dele um certo homem hidrópico. E Jesus, tomando a palavra, falou aos doutores da lei, e aos fariseus, dizendo: É lícito curar no sábado?”(Lucas 14:2-3). Havia um homem doente, um enfermo, ali na frente de Jesus. Esse homem tinha uma enfermidade que fazia com que acumulasse água em seu corpo, que é a hidropisia (patologia definida pelo acúmulo de líquido em um tecido ou em cavidades corporais). Mas Jesus sabia que os fariseus estavam de olho nele para ver se Ele iria curar aquele homem, porque era sábado, e, pela lei de Moisés, as pessoas não podiam trabalhar, fazer qualquer coisa nesse dia. Mas exatamente por desconhecerem quem era Jesus, por não saberem que Ele era o Filho de Deus, o Messias, do qual as Escrituras falavam, então queriam pegá-lo talvez até com ciúmes por causa dos sinais e milagres que Jesus praticava e eles não conseguiam. Apesar de se dizerem plenos conhecedores da lei, das Escrituras, eles não sabiam nada, pois, se assim fosse, teriam conhecimento de que aquele era o Messias que até hoje estão esperando. Então Jesus, conhecendo o pensamento deles, pergunta-lhes se era certo curar no sábado ou não.
            “Eles, porém, calaram-se. E, tomando-o, o curou e despediu. E respondendo-lhes disse: Qual será de vós o que, caindo-lhe num poço, em dia de sábado, o jumento ou o boi, o não tire logo? E nada lhe podiam replicar sobre isto.”(Lucas 14:4-6). Como todos eles não responderam nada, Jesus então cura aquele homem e o manda embora, ao mesmo tempo que faz uma segunda pergunta aos fariseus. Questiona-lhes: se um animal, uma criação deles, caísse em um buraco em um dia de sábado, eles iriam tirá-lo, socorrê-lo, ou deixariam que morresse? Todos sabiam que, quando isso acontecia, eles quebravam a lei que supostamente diziam defender e praticar, pois com certeza iriam com rapidez retirar, socorrer o animal para não perdê-lo, mas ali em público eles também não iriam admitir isso, pois estariam admitindo que eles mesmos quebravam, infligiam a lei. Apesar de sempre quererem pegar Jesus em alguma cilada, eles é que sempre ficavam em situação difícil. Nós sabemos que um dos principais motivos apresentados, alegados por esses fariseus para pedirem a condenação de Jesus era exatamente por Ele operar milagres em dia de sábado. Mas Jesus tinha deixado claro que Ele também era o Senhor dos sábados. Por isto, fica difícil entendermos como algumas seitas teimam em querer guardar os sábados dizendo que essa é a vontade, o mandamento do Senhor, esquecendo que Jesus deixou bem claro que todos os dias são iguais. “E disse aos convidados uma parábola, reparando como escolhiam os primeiros assentos, dizendo-lhes: Quando por alguém fores convidado às bodas, não te assentes no primeiro lugar; não aconteça que esteja convidado outro mais digno do que tu; E, vindo o que te convidou a ti e a ele, te diga: Dá o lugar a este; e então, com vergonha, tenhas de tomar o derradeiro lugar.”(Lucas 14:7-9). Agora Jesus aproveita e dá outro ensinamento, porque estava observando como as pessoas sempre procuravam lugar de honra, de destaque, sempre procurando ficar à frente, onde podiam ser vistas por todos. Jesus estava dizendo que a todo tempo devemos procurar ser humildes e não nos exaltarmos, deixar que as outras pessoas que nos honrem, mas não nós mesmos. Não devemos querer nos apresentar como sendo alguma coisa, porque podemos ser envergonhados, por isto não devemos nos mostrar como os melhores, deixemos que as pessoas façam os seus julgamentos. A bem da verdade, não devemos em nenhuma situação nos engrandecer diante das pessoas; devemos ser fiéis a Deus, viver na prática do Evangelho, pois assim saberemos que jamais seremos envergonhados. “Mas, quando fores convidado, vai, e assenta-te no derradeiro lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, sobe mais para cima. Então terás honra diante dos que estiverem contigo à mesa. Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.” (Lucas 14:10-11).
Leiam e pratiquem a Bíblia. Que Deus os abençoe.
Um abraço,
Pr. Henrique Lino


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