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A GRANDE MULTIDÃO

“Ora, ia com Ele uma grande multidão; e, voltando-se, disse-lhe: Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14:25-26)

          Uma grande multidão seguia Jesus, assim como encontramos multidões seguindo os pregadores famosos de prosperidade ou de cura. Mas o fato de essas pessoas o seguirem, de se identificarem como crentes, evangélicos, não quer dizer que realmente o eram, porque da mesma maneira, muitas, hoje, lotam templos, vão a reuniões, a eventos, mas com o objetivo de receber uma bênção qualquer, ou, na pior das hipóteses, de ouvir uma profecia. Poucos são os que vão em busca de ouvir a Palavra de Deus, em busca de conhecimento, de aprender mais sobre o Evangelho de Jesus Cristo. Esse povo, essa multidão que seguia Jesus queria só milagres, queria somente bênçãos, queria levantá-lo como rei físico de Israel pensando que assim teriam uma vida fácil. Prova tal que essa multidão que se dizia ser seguidora de Jesus o abandonou, e, quando Ele foi submetido a um julgamento ilegal, não soubemos de uma só voz na multidão clamando por Ele, pela sua libertação. Ao contrário, as pessoas pediram a soltura de um assassino, de Barrabás, e pediram a condenação e crucificação do Filho de Deus. As pessoas querem, na verdade, facilidades, querem uma religião que afague seus egos, que concorde com os seus pecados, seus erros, querem alguém para servi-las, não querem ser servos do Senhor, mas o querem atendendo a seus pedidos, por mais esdrúxulos que possam ser. Jesus mostrou que para ser servo, para ser seu discípulo, é necessário renúncia, isto é, renunciar a sua própria vontade, a seu querer, renunciar a vontades e desejos, à lógica e ao entendimento humano, não viver de maneira emotiva, mas de acordo com a sua vontade. Vejo pessoas que se dizem crentes, mas se preocupam em fazer as vontades de um filho, de amigos, ou dos pais, do patrão, mesmo sabendo que estão indo contra a Palavra de Deus. Temos que compreender que a nossa prioridade tem que ser o Senhor, temos que amá-lo em primeiro lugar, depois as pessoas, e amar Cristo é obedecer-lhe. Jesus não nos enganou, Ele deixou bem claro que o seguir é uma luta – e passaremos por muitos sofrimentos e lutas –, é carregar a cruz. Não podemos ter medo de recebermos acusações por seguir Cristo, não podemos nos envergonhar do Evangelho.
 “E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14:27). Quem não quer passar por lutas não pode ser discípulo de Cristo, não pode se identificar como cristão. Quando nos preocupamos em agradar os nossos filhos, em concordar com eles, mesmo sabendo que é contra a Palavra de Deus, estamos negando Cristo, estamos mostrando que não o amamos, e também estamos odiando os nossos filhos, pois estamos incentivando-os a permanecerem no pecado, e, estando no pecado, consequentemente irão padecer por toda a eternidade, e nós também, por não termos feito o que deveríamos fazer. Devemos compreender que devemos amar as pessoas, principalmente os nossos, devemos cuidar dos nossos filhos, de nossos país, de irmãos, e de todas as pessoas, mas em primeiro lugar cumprir o primeiro mandamento, que é amar a Deus acima de todas as coisas. E amar é obedecer, e sabemos que não é fácil viver o Evangelho de Jesus Cristo neste mundo que está morto no maligno, por isto a referência em carregar a cruz. Devemos nos alegrar quando nos perseguirem por causa do Evangelho, quando nos acusarem por sermos seguidores de Jesus, não falo por sermos religiosos, ou por pertencermos a uma determinada religião, ou simplesmente por irmos a um templo denominacional. Por sermos discípulos de Jesus, por vivermos o Evangelho de Jesus Cristo, não podemos agradar as pessoas, e sim nos preocupar exclusivamente em agradar a Deus, temos que aprender a ser servos, a ser discípulos de Cristo. “Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar.” (Lucas 14:28-30). Não podemos simplesmente mudar de religião; se queremos ser cristãos, sermos discípulos de Cristo, devemos, antes, fazer uma avaliação para ver se realmente teremos condições de sermos autênticos, se estamos dispostos a renunciar ao mundo e vivermos para Ele e Nele, porque se for somente para nos identificarmos como crentes e evangélicos, mas continuar em erros, em pecados, com certeza estaremos simplesmente piores do que éramos, pois estamos tentando enganar a Cristo. Se não temos condições de renunciar ao pecado, então que não nos identifiquemos como crentes, para não envergonharmos o Evangelho, e, assim, sermos culpados de duplo castigo. É preciso saber que, ao nos assumirmos como cristãos, como discípulos de Jesus, temos que viver para Ele, isto é, viver a sua Palavra, caso contrário, seremos motivo de chacotas. “Ou qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores, e pede condições de paz.” (Lucas 14:31-32). Assim, antes de entrarmos nessa guerra, é necessário nos avaliar para ver se temos condições de vencer, porque servir Cristo é se declarar inimigo do mundo e de satanás, e ele com certeza revida. Saber que a renúncia é necessária, temos que viver de acordo com os mandamentos, os preceitos do Senhor, caso contrário, o preço que pagaremos será muito alto. Não podemos ser mais umas dessas pessoas para englobar o universo de falsos crentes, de falsos profetas, de falsos evangélicos, porque esses com certeza irão prestar contas ao Senhor dos seus atos. “Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo. Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar? Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” ( Lucas 14: 33-34)
Leiam e pratiquem a Bíblia. Que Deus os abençoe.
Um abraço,
Pr. Henrique Lino. 


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