"E de Mileto mandou a Éfeso, a chamar os anciãos da igreja. E, logo que chegaram junto dele, disse-lhes: Vós bem sabeis, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia, como em todo esse tempo me portei no meio de vós, Servindo ao Senhor com toda a humildade, e com muitas lágrimas e tentações, que pelas ciladas dos judeus me sobrevieram; Como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar, e ensinar publicamente e pelas casas, Testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus, e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo." (Atos 20:17-21)
Paulo, em sua viagem, resolveu não aportar em Éfeso. Ele estava com pressa, porque queria passar o dia de Pentecostes em Jerusalém. Pentecostes é uma festa judaica, uma tradição. Apesar dessa ligação que nós, cristãos, fazemos entre Pentecostes e a vinda do Espírito Santo, a festa em si vem da tradição hebraica, em que é chamada de Shavuoth ("semanas"). Durava 7 semanas, desde o dia seguinte à Páscoa até o quinquagésimo dia. Na base dessa festa existe uma tradição agrícola, que coincide com o início da colheita, seja de trigo ou de frutas e vegetais. Os agricultores agradeciam a Deus esse dom com ofertas das primícias. As 7 semanas, como dissemos, começavam a partir da Festa da Páscoa (Pesah, festa da libertação do Egito). No quinquagésimo dia, cada família oferecia os seus dons derivados da colheita. Em Levítico (23:34-44), são indicados os detalhes dessa festa, celebrada até hoje pelos judeus. Com o passar do tempo, sobretudo depois da destruição do Templo, os judeus passaram a comemorar durante essa festa o dom da Lei, a Torah. Não existe uma relação direta entre a festa hebraica e a Pentecostes cristã, que é celebrada 50 dias depois da Páscoa. Todavia, os símbolos usados dos cristãos para recordar, na festa de Pentecostes, o dom do Espírito Santo recebido pelos apóstolos (língua de fogo e forte vento) lembram aqueles que testemunham a presença de Deus sobre o Sinai, onde a Lei foi doada ao povo hebreu. Portanto, o apóstolo Paulo estava com pressa, mas queria, ao mesmo tempo, ir se despedindo das igrejas e pastores, porque já sabia que não mais os veria, uma vez que o Espírito Santo já lhe tinha revelado isso. Devemos observar a despedida de Paulo, pois ele reúne os presbíteros - termo, palavra que define pastores, bispos, que são somente supervisores de igrejas, templos, congregações. Reúne-os e questiona-os sobre a sua conduta durante o seu trabalho, sua missão no meio deles, porque sabia que ninguém tinha nada para acusá-lo, a não ser de pregar o Evangelho de Jesus Cristo.
"E agora, eis que, ligado eu pelo Espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o que lá me há de acontecer, Senão o que o Espírito Santo de cidade em cidade me revela, dizendo que me esperam prisões e tribulações." (Atos 20:22-23). Paulo expôs seu questionamento e pediu que, se alguém tivesse algo para falar sobre a sua conduta, mostrasse, porque estava de partida e sabia, revelado pelo Espírito Santo, que enfrentaria muitas lutas, tribulações e prisões. Temos de compreender o que é ser servo, porque Paulo de maneira consciente sabia o que o esperava, o Senhor já tinha lhe dito, mas ele não pediu ao Senhor que isto não acontecesse, ele queria somente cumprir a sua missão, queria somente agradar a Cristo. Esse homem de Deus sabia o que o esperava e tudo fez para cumprir a sua missão, o que conseguiu com êxito. Mas eu fico analisando se hoje teríamos algum pastor, missionário ou qualquer homem de Deus que pudesse reunir a sua congregação, os membros do seu templo e fazer o questionamento, a exposição que Paulo fez. Quem pode afirmar que não pegou ou cobiçou alguma coisa e que somente pregou o Evangelho de Cristo, a Palavra verdadeira, e que não tenha pregado alguma heresia ou palavras suaves para agradar membros, ou que, se soubesse que Deus já tivesse lhe preparado, separado para a prisão, o sofrimento, a morte, que simplesmente teria dito: "eis me aqui"? Não digo que não exista, mas, com certeza, teremos que procurar com muito carinho, com certeza são muito poucos, uma vez que vivemos uma geração comprometida consigo mesma e com a sua vontade carnal, com as coisas materiais. "Mas de nada faço questão, nem tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do Evangelho da Graça de Deus. E agora, na verdade, sei que todos vós, por quem passei pregando o Reino de Deus, não vereis mais o meu rosto." (Atos 20:24-25). Na sua despedida, esse apóstolo fez questão de falar que não tinha apreço à sua vida, que se importava em obedecer a Deus, em fazer a vontade Dele. Paulo incontáveis vezes já tinha mostrado que a sua única preocupação era fazer a vontade de Cristo. A preocupação dele era cumprir a missão que lhe fora designada, e sempre procurou cumpri-la da melhor maneira possível, por isso sempre pregava a verdade bíblica, o Evangelho de Jesus Cristo, o Evangelho da Graça. Paulo não ficava falando em campanhas, ou falando em bênçãos, essas ou aquela, ele ensinava o Caminho do Reino, falava de arrependimento, de salvação, falava de conversão. Falava do Reino de Deus e não do reino do mundo, falava de coisas espirituais e não materiais e físicas, não enganava ou prometia o que o Senhor nunca prometeu. "Portanto, no dia de hoje, vos protesto que estou limpo do sangue de todos. Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus. Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio Sangue." (Atos 20:26-28). Chama atenção dos pastores mostrando que ele estava limpo, pois nunca tinha pegado nada de ninguém, nunca tinha feito campanhas mentirosas com o objetivo de arrecadar fundos, nunca tinha ficado pedindo ofertas, nem criara desafios fajutos para tomar dinheiro de ninguém. E ainda alerta os pastores para que cuidem do rebanho do Senhor, que preguem a verdade, que não os engane, nem afaguem egos, mas que apresentem o Reino de Deus. Lembra que o rebanho, as ovelhas não são nossas, não são de pastores nem de uma denominação, são do Senhor, porque Jesus as comprou com a moeda mais cara, comprou com o seu próprio Sangue. "Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; E que de entre vós mesmas se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar com lágrimas a cada um de vós." (Atos 20:29-31). Paulo sabia que depois da sua partida aconteceria a entrada dos falsificadores do Evangelho, como de fato aconteceu, e hoje os vemos e os enfrentamos no meio do povo de Deus. Hoje temos os criadores de vários evangelhos, os das bênçãos desmedidas, os da prosperidade, os liberais, são tantos que não é possível enumerá-los. Devemos estar comprometidos com o Evangelho de Jesus Cristo, com o que Paulo pregava e vivia, temos que nos afastar de toda heresia, de toda apostasia. "Agora, pois, irmãos, encomendo-vos a Deus e à Palavra da sua Graça; a Ele que é Poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os santificados. De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem o vestuário. Sim, vós mesmos sabeis que para o que me era necessário a mim, e aos que estão comigo, estas mãos me serviram. Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber. E, havendo dito isto, pôs-se de joelhos, e orou com todos eles. E levantou-se um grande pranto entre todos e, lançando-se ao pescoço de Paulo, o beijavam, Entristecendo-se muito, principalmente pela palavra que dissera, que não veriam mais o seu rosto. E acompanharam-no até o navio." (Atos 20:32-38).
Leiam e pratiquem a Bíblia. Que Deus os abençoe.
Um abraço,
Pr.Henrique Lino
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