"E depois disto Jesus andava pela Galiléia, e já não queria andar pela Judéia, pois os judeus procuravam matá-lo." (João 7:1)
Jesus estava evitando se deparar com os judeus da Judeia, pois estes, por inveja, queriam assassiná-lo. Temos que aprender que muitas vezes a solução está na fuga, apesar de que muitos assim não entendem e acham que fugir é um ato de covardia. Mas, quando meditamos na Palavra de Deus, no Evangelho de Jesus Cristo, veremos que inúmeras vezes Ele fugiu, escapuliu dos judeus, dos fariseus que queriam matá-lo antes do tempo. A fuga deve ser sempre usada quando um confronto for eminente, mesmo porque o Senhor nos ensina que temos que correr, fugir de todos os pecados. Temos que fugir de confusões, de brigas, da tentação, e, principalmente, fugir da morte. Somos discípulos de Jesus, e, seguindo o nosso Mestre, em muitas situações praticamos a fuga, pois não queremos e nem precisamos tentar nos apresentar como super-homens, pois o que é nosso dever é nos apresentar ao Senhor como filhos de Deus. "E estava próxima a festa dos judeus, a dos tabernáculos. Disseram-lhe, pois, seus irmãos: Sai daqui, e vai para a Judéia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes." (João 7:2-3). Ser cristão, ser discípulo de Jesus é estar disposto a enfrentar as mesmas lutas, perseguições e acusações que Ele sofreu. Jesus recebeu afronta e foi desafiado pela própria família terrena, uma vez que os seus meios-irmãos não acreditavam Nele. Ser cristão é ser afrontado em casa, no seio familiar, é saber que não são todos os que vão concordar ou apoiar a sua fé. Na verdade, as perseguições iniciam em casa, no meio familiar, mesmo sendo os familiares religiosos, porque não estamos falando de frequentar uma religião, estamos falando de ser discípulo de Jesus, de viver segundo o seu Evangelho. Os irmãos de Jesus tentaram instigá-lo a ir à festa como eles queriam, assim como a própria mãe de Jesus Maria o tentou na festa em Caná da Galileia. "Porque não há ninguém que procure ser conhecido que faça coisa alguma em oculto. Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo. Porque nem mesmo seus irmãos criam Nele." (João 7:4-5). Os meios-irmãos de Jesus, que após a sua morte e ressurreição se converteram como Tiago e Judas, naquela época, ainda sendo incrédulos, o desafiavam e queriam que Ele fosse desmascarado, pois tinham inveja Dele. Faziam isso por não conhecerem Deus, nem o seu Poder.
"Disse-lhes, pois, Jesus: Ainda não é chegado o meu tempo, mas o vosso tempo sempre está pronto. O mundo não vos pode odiar, mas ele me odeia a mim, porquanto dele testifico que as suas obras são más. Subi vós a esta festa; eu não subo ainda a esta festa, porque ainda o meu tempo não está cumprido. E, havendo-lhes dito isto, ficou na Galiléia." (João 7:6-9). Observemos a resposta de Jesus, mostrando que Ele sabia quando seria o tempo Dele, e não na hora que eles queriam. Jesus não disse que não subiriam ao templo, mas disse que o seu tempo não tinha chegado. Jesus disse que não estava na hora de Ele subir, assim como quando Maria veio reclamar que o vinho da festa tinha acabado, e Ele disse que Ele não tinha nada com ela e com aquela situação, e que o tempo não tinha chegado. Mas logo depois Ele operou, ou melhor, realizou o seu primeiro milagre. Jesus ainda mostrou que eles, os seus irmãos, não seriam odiados, maltratados, ou questionados, porque eles estavam no mundo, ou seja, vivendo de acordo com o mundo. E quem vive de acordo com o mundo não é criticado, muito pelo contrário, é aplaudido. Mas o mundo odiava e odeia Jesus, porque Ele mostra, aponta os erros e condena todo o pecado. Jesus afirmou que Ele não subiria ao templo ainda. O mundo, as pessoas que estão neste, que vivem segundo essas normas sempre vão questionar e acusar os que são seguidores de Jesus, pois estes sempre irão condenar o pecado, assim como Jesus. "Mas, quando seus irmãos já tinham subido à festa, então subiu Ele também, não manifestamente, mas como em oculto. Ora, os judeus procuravam-no na festa, e diziam: Onde está Ele?" (João 7:10-11). Novamente vemos o Senhor fazendo uso da fuga, porque, quando era o tempo Dele, subiu ao templo, mas escondido, de maneira oculta. Jesus deixou os seus irmãos e todos os demais subirem ao templo, e só depois é que Ele foi, e de maneira escondida, mesmo porque Ele tinha conhecimento de que era procurado. Uns procuravam para ouvi-lo, pois se encantavam com as suas pregações, queriam receber milagres ou simplesmente vê-lo operar as maravilhas, mas os fariseus, os doutores da lei, as autoridades religiosas da época o procuravam para matá-lo. Mas Jesus sempre tem o momento certo de aparecer e fazer o que deve, pode haver diferenças de minutos, segundos apenas, mas o tempo Dele não é o mesmo que o nosso.
"E havia grande murmuração entre a multidão a respeito Dele. Diziam alguns: Ele é bom. E outros diziam: Não, antes engana o povo. Todavia ninguém falava Dele abertamente, por medo dos judeus." (João 7:12-13). A conversa toda girava em torno Dele; muitos falavam, questionavam se Ele iria aparecer ou não. Também falavam a seu respeito, porque muitos que conheciam as Escrituras e o tinham visto pregar ou operar milagres falavam que Ele era o Messias, mas outros diziam que Ele era um impostor que enganava todos, e naquela época esse era o mesmo pensamento dos seus meios-irmãos, dos filhos de Maria com José. Mas todos evitavam comentar sobre Ele abertamente com medo dos líderes religiosos que poderiam expulsá-los do templo ou até surrá-los ou algo pior. "Mas, no meio da festa subiu Jesus ao templo, e ensinava. E os judeus maravilhavam-se, dizendo: Como sabe este letras, não as tendo aprendido?"(João 7:14-15).Quando menos se espera, em plena festa Jesus aparece, e agora não mais se ocultando, mas de maneira clara, normal, e ensinava a todos. Jesus começou a pregar em plena festa no templo, exatamente no antro dos religiosos que o buscavam para matá-lo. Existe o momento de fugir, de correr, mas existe o momento de nos apresentarmos, nos revelarmos ao mundo sem temer e falar abertamente do Evangelho de Jesus Cristo. Os judeus não conseguiam entender a profundidade das pregações de Jesus, sabendo a sua origem, porque Ele era conhecido, e todos sabiam a sua origem terrena. Filho de Maria e José, carpinteiro, família comum e sem grandes instruções. Mas agora o viam discorrer com a maior facilidade sobre o Reino de Deus, falar com profundidade sobre o que eles não conheciam. Eles questionavam onde Ele teria aprendido tanto. "Jesus lhes respondeu, e disse: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo. Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória; mas o que busca a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça." (João 7:16-18). Jesus lhes responde dizendo que Ele não fala nada por Ele mesmo, mas fala de Deus e do seu Reino e mostra que quem fala de si mesmo é mentiroso, mas que quem fala do Senhor é verdadeiro, e Ele falava somente de Deus, do seu Poder, e o apresentava. Assim, não temos que falar nada de nós, e sim do Senhor, temos que testemunhar o seu Poder, mesmo porque o Evangelho são simplesmente testemunhos. Quando alguém fala de si mesmo está buscando a sua própria Glória, mas, quando falamos de Deus, apresentamos o seu Poder, estamos fazendo um testemunho Dele, estamos o glorificando. "Não vos deu Moisés a lei? E nenhum de vós observa a lei. Por que procurais matar-me? A multidão respondeu, e disse: Tens demônio; quem procura matar-te? Respondeu Jesus, e disse-lhes: Fiz uma só obra, e todos vos maravilhais. Pelo motivo de que Moisés vos deu a circuncisão (não que fosse de Moisés, mas dos pais), no sábado circuncidais um homem. Se o homem recebe a circuncisão no sábado, para que a lei de Moisés não seja quebrantada, indignais-vos contra mim, porque no sábado curei de todo um homem? Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça." (João 7:19-24).
Leiam e pratiquem a Bíblia. Que Deus os abençoe.
Um abraço,
Pr.Henrique Lino
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